segunda-feira, 27 de outubro de 2008

PUNK ROCK CHEGA AOS 30 ANOS

30 ANOS DE PUNK ROCK
(publicado no informativo FãZine)
por Rodrigo Lee*

Se pensarmos em Sex Pistols e The Clash o punk completou 30 anos de existência, porém a história começa bem mais cedo, quando em 1969 uma banda chamada MC5 soltou no mercado fonográfico o emblemático Kick Out The Jams. Pesado e sujo, mas com influencias diretas de blues e rock n`roll os americanos as confirmaria em seu segundo disco, Back in The USA e depois disso se perderiam no tempo, assim como seus contemporâneos New York Dolls e The Stooges. Esse último revelando para o mundo o grande Iggy Pop. A década de 70 foi frutífera para músicos que gostavam de `esmerilhar` em seus instrumentos. Por isso o surgimento do rock progressivo de Genesis, Yes, Triumvirat, Pink Floyd, Renaissance, Trace e outros foi o alvo dos músicos que queriam fazer música com apenas três acordes. Abusando do lema do-it-yourself o movimento punk inglês teve nos Sex Pistols seu maior expoente. Letras de revolta e inconformismo eram o mote para outros grupos que foram surgindo como The Clash, Buzzcocks, The Jam, Exploited e The Damned na Inglaterra e Ramones, Patti Smith e Dead Kennedys nos EUA. Infelizmente o nosso espaço aqui é pequeno para expormos toda a importância do punk na música, moda e comportamento nos últimos 30 anos.
No Brasil os maiores nomes são os paulistas Cólera, Ratos de Porão, Olho Seco, Inocentes, Verminose, Restos de Nada e Garotos Podres. Em outros estados pipocaram alguns nomes como Aborto Elétrico, Blitx 64 e Detrito Federal (Brasília), Banda do Lixo (BH), Coquetel Molotov (RJ) e Replicantes (RS), porém sem a força do que foi o movimento em São Paulo.
Com o passar dos anos surgiram na Europa algumas bandas do chamado pós-punk como: Joy Division, The Cure, Siouxsie e The Banshees, Killing Joke, The Smiths e Psychedelic Furs.
Sem a energia e a pegada de antes, o punk só foi vagamente lembrado nos anos 90 quando surgiram os americanos Off Spring e Green Day praticando o que poderiamos chamar de neo-punk. No Brasil algumas bandas como Cpm 22 e Hateen migraram do hardcore (divisão do punk) para o emocore (divisão do hardcore). A verdade é que o legado ficou para as novas gerações.
Para os iniciados gostaria de indicar alguns discos básicos: Never Mind The Bollocks - Sex Pistols, The Clash - The Clash, Rocket to Russia - Ramones, Radio Ethiopia - Patti Smith Group e Fresh Fruits for Rotting Vegetables - Dead Kennedys. No Brasil alguns discos representativos são: Descanse em Paz - Ratos de Porão, Pânico em SP - Inocentes, Mais podres do que Nunca - Garotos Podres e O Futuro é Vortex - Replicantes
Duas leituras básicas são os livros: `O que é Punk` de Antonio Bivar e `Mate-Me Por Favor` de Legs McNeil & Gillian McCain.
Punk`s Not Dead. Long Live Punk-Rock.


*Rodrigo Lee é músico e admirador de punk rock.

CAPITAL INICIAL TOCA PRÁ UM MILHÃO DE PESSOAS

CAPITAL INICIAL - MULTISHOW AO VIVO
(publicado no jornal Brand News)
por Rodrigo Lee
O primeiro disco ao vivo do Capital foi no meio dos anos 90 quando Dinho Ouro Preto já não estava mais na banda e Murilo Lima havia assumido os vocais. O segundo foi o Acústico MTV, que marcava a recente volta de Dinho. Dessa vez eles arriscaram forte e foram para a Esplanada dos Ministérios em Brasília. Excetuando festivais como Rock in Rio e Hollywood Rock, esse talvez tenha sido o maior show de uma banda brasileira no país. O publico estimado foi de um milhão de pessoas. Lançado em CD e DVD simultaneamente o registro tem tudo para eternizar a relevância da banda brasiliense que passou por fases distintas, desde o sucesso nos anos 80, a derrocada nos 90 e o renascimento em grande estilo na década seguinte. O repertório do show conta com músicas da fase atual (Natasha, À Sua Maneira) e indispensáveis hits da primeira fase (Fogo, Independência) dos já quarentões. A duradoura parceria do Capital com o compositor Alvin L. rende ainda mais dois novos e possíveis sucessos: Passos Falsos e Dançando com a Lua. Quem disse que rock n`roll tem idade??? Vida longa ao Capital Inicial!!! Long Live Rock n`Roll!!!

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

20 ANOS DE GRUNGE

20 ANOS DE GRUNGE
(publicado nos informativos FãZine e Jornal da Urca)
por Rodrigo Lee*
rodrigo_lee@hotmail.com

Seattle, a cidade que deu ao mundo Jimi Hendrix, Heart e Queensryche foi responsável por abrigar o ultimo movimento musical acontecido nas ultimas décadas que deu realmente um certo fôlego ao rock n`roll. O marco inicial do grunge se deu em 1988 quando do lançamento de `Superfuzz Bigmuff` do Mudhoney. Nessa época outros grupos como Green River, Mother Love Bone e Temple of The Dog despontaram e abriram passagem para que novas bandas aparecessem e dessem seguimento a uma necessidade de fazer um som muito influenciado por punk, hardcore e heavy metal. Porem, sem duvida, o maior expoente do grunge veio de uma cidade vizinha a Seattle chamada Aberdeen e atende pelo nome Nirvana que soltou seu primeiro disco `Bleach` em 1989. Todos esses grupos tinham seus, na época, LP`s soltos no mercado americano pela Sub Pop, uma gravadora independente que com o tempo abriu espaço para novos estilos.
O estouro mundial, via MTV, se deu quase três anos depois com o triunvirato Nirvana, Alice in Chains e Pearl Jam. O Nirvana deu ao mundo o hino de toda uma geração: Smells Like Teen Spirit do premiadíssimo disco `Nevermind` (1991). O Alice in Chains sempre se caracterizou por um clima meio down mas sempre freqüentou as paradas e vendeu muitos discos. O Pearl Jam, surgido das cinzas do Mother Love Bone resiste até os dias de hoje gravando e lançando discos quase regularmente. Outros nomes se destacaram como Tad, Melvins e Soundgarden. Esse último aos poucos se desligou do estilo e se firmou no meio da década de 90 quase como uma banda de metal.
O movimento grunge tinha em sua vestimenta algumas características muito próprias que eram as camisas de flanela, jeans surrados e rasgados, botas pesadas e em certas ocasiões boinas de lã. Muito disso se deve ao clima frio da região. A maneira de vestir desse pessoal também os remetia ao movimento punk que com uma diferença de dez anos também revolucionou a moda urbana.
De tudo o que aconteceu na região de Seattle há 20 anos atrás restou o Mudhoney, Pearl Jam e o ex-vocal do Soundgarden, Chris Cornell que perambula por bandas-projetos e sua inconstante carreira solo. Muito pouco para um movimento de tal relevância. Que possamos em breve presenciar novos levantes musicais de tal monta. Long Live Grunge!!!!

Discografia sugerida: Mudhoney - Superfuzz Bigmuff (1988)
Nirvana - Nevermind (1991)
Pearl Jam - Ten (1991)
Soundgarden - Badmotorfinger (1991)
Alice in Chains - Dirt (1992)

Filme sugerido: Singles - Vida de Solteiro (1992)

*Rodrigo Lee é músico e vocal das bandas Fogo Sagrado e Velotrol! (35)9987-5620

50 anos de Madonna, Prince e Michael Jackson

MADONNA, MICHAEL JACKSON E PRINCE CHEGAM AOS 50
por Rodrigo Lee*
rodrigo_lee@hotmail.com

Recentemente os chamados reis do pop mundial completaram 50 anos de idade. Prince, Michael Jackson e Madonna reinaram durante muito tempo e com raras exceções, poucos artistas tomaram o cetro das mãos dos três. As raras e momentâneas exceções no caso talvez sejam Bruce Springsteen, Whitney Houston, Phil Collins, Bon Jovi, Guns n`Roses e U2. Citar Elton John não é exatamente fazer justiça, pois o cara entre altos e baixos reina incólume quase como hours-concours.
Bom, vamos aos homenageados:
-Prince é, na minha opinião, o artista mais completo do mundo. Provavelmente não se destaque individualmente em uma de suas múltiplas funções. Mas a questão é que dentre essas funções estão cantor, guitarrista, pianista, baterista, compositor, produtor, arranjador e... ator. Sua carreira, iniciada no fim da década de 70, não teve exatamente uma linearidade nem constância, mas nos anos 80 gravou pérolas como `Purple Rain`(84) e `Sign O` the Times`(87) e bateu de frente com Madonna e Jackson prá depois se perder pelo caminho, incluindo aí deixar de usar o próprio nome nas capas de discos, o trocando por um símbolo indecifrável. Atualmente ensaiou uma volta às raízes, sem muito êxito.
-Michael Jackson é atualmente uma incógnita. O mundo inconscientemente espera um revival da trilogia `Off The Wall/Thriller/Bad`. Até que (ele) prove o contrário isso nunca irá acontecer tamanha a genialidade que foi desprendida para tais obras, principalmente em `Thriller`, o disco mais vendido em todos os tempos e que até os dias atuais vende muito. Michael Jackson veio de uma família de cantores com os quais fez parte do grupo Jackson 5, posteriormente transformado em The Jacksons. Estreou como cantor solo em 1972 quando ainda era uma criança. Aos poucos foi crescendo até gravar `Off The Wall`(79), o primeiro da citada trilogia. Se arrastou como “rei” até o meio dos anos 90 quando se perdeu e transformou sua imagem e vida particular em um freak show compartilhado pelo mundo todo.
-Madonna, essa sim mantém a coroa e incontestavelmente é a maior figura pop feminina de todos os tempos. Quando surgiu em 1982, a cantora e dançarina era só mais uma promessa, assim como foram Paula Abdul, Sandra, Martika e Lisa Stansfield. Madonna passou pelos 15 minutos de fama como um furacão e lá se foram 26 anos no topo, sendo “apenas” ameaçada por Tina Turner, Whitney Houston, Mariah Carey, Cher, e recentemente por Britney Spears. Elas apareceram, se destacaram por um tempo e... sumiram. Madonna continua por aí, ainda que seja causando polemicas por sua aproximação e flerte com ritmos atuais como o house ou vintage como a discotheque. Polêmicos também são seus vídeo-clips e shows sempre com citações a assuntos melindrosos que vão desde a igreja católica a homossexualismo. Atualizada com tudo o que acontece no meio artístico atuou ainda como atriz em filmes que alcançaram polpudas bilheterias como `Dick Tracy` e `Evita`.

Cd`s recomendados:
Prince: 1999 (1982), Purple Rain (1984)
Michael Jackson: Off The Wall (1979) e Thriller (1982)
Madonna: Like a Virgin (1984), True Blue (1986) e Like a Prayer (1989)

*Rodrigo Lee é músico e admirador dos três artistas citados.