quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

BEYONCÉ!!!


(publicado no Jornal Brand News e no Jornal da Segunda)

Beyoncé Knowles é a melhor cantora do mundo hoje em dia! Sim, tecnicamente, das cantoras do meio pop-mundial ela bate todas suas concorrentes. Em termos de espetáculo seu show já era a três anos quase insuperável em produção, possivelmente equiparado apenas ao espetáculo apresentado por Madonna. Desde o primeiro lançamento solo, logo após sua saída do bem sucedido trio Destiny’s Child, Beyoncé vem mostrando sua força. Dona de um corpo poucas vezes visto no mainstream, ela abusou e muito de sua condição privilegiada, inclusive atuando como atriz em produções ‘hollywoodianas’ e se apresentando em uma edição do Oscar. A partir de seu segundo disco, ‘B’Day’ ela passou a valorizar seu lado vocal e consequentemente seu show virou um dos espetáculos mais caros e produzidos do planeta, ancorados pelas composições multi platinadas Deja Vu, Irreplaceable e Beautiful Liar. Contando com a ajuda na produção, composição, arranjo e tudo o mais de seu marido, o quase onipresente rapper Jay Z, a condição de diva foi se encaixando perfeitamente a Beyoncé Knowles. Após ter passado pela prova do lendário e temível segundo CD, a cantora e dançarina americana teria que se provar relevante não só para a black-music mas para todo o mundo pop. E, ela conseguiu! No terceiro disco, ‘I Am...Sasha Fierce’ veio a superação. São dois discos distintos, um ‘for heart’ e outro ‘for body’. No CD de baladas o destaque é Halo, primeiro lugar das paradas no mundo todo e no outro CD a canção de destaque é Single Ladies que conta com um clip executado a exaustão em canais de música como a MTV. E isso se dá muito por conta de uma dança frenética e inovadora apresentada pela diva, assim como já havia acontecido com Crazy in Love presente em seu primeiro disco. Desde Whitney Houston não se via, ou ouvia uma cantora com tamanha técnica vocal e presença de palco. As cantoras de rhythm n’blues a partir dos anos 90 começaram achar que para cantar e interpretar bem era só, ora gritar, ora gemer! Sim, em algumas situações isso funciona, mas o não o tempo todo. Só prá citar um exemplo, Mariah Carey canta e sempre cantou bem, no entanto desde o inicio de sua carreira deu ênfase à parte gritada de suas músicas e o resultado é que hoje em dia ela já não alcança mais as notas altas que suas canções pedem. Voltando a Whitney Houston, bom, ela se perdeu em sua vida particular conturbada, o que afetou sua música e cordas vocais. Possivelmente isso não a fez manter o título de melhor cantora do mundo. O planeta ficou então órfão de grandes intérpretes femininas e abarrotado de cantoras que, explorando seu alcance vocal, gritavam cada vez mais alto e agudo! Ao contrário de muitas bandas e cantores solo que apresentam ao seu publico uma superprodução de luzes e efeitos especiais, que em vários momentos mascaram a falta de técnica e presença dos mesmos, Beyoncé puxa prá si toda a atenção. Seus músicos são excelentes, mas ficam em segundo plano, os efeitos especiais são de ultima geração, mas não ofuscam a estrela principal. Beyoncé canta, dança e se comunica com seu publico como se estivesse na sala de sua casa. Seu ultimo trabalho é um CD duplo e um DVD com a gravação de uma apresentação em Las Vegas. No show Beyoncé flerta com estilos que possivelmente fujam um pouco de seus trabalhos anteriores, como o Jazz. Ë uma apresentação semi-acústica que exige da própria muita técnica vocal. E... ela surpreende até os mais céticos em relação ao seu trabalho. Definitivamente ela é hoje em dia a maior show-woman do planeta! Long Live Beyoncé!

domingo, 10 de janeiro de 2010

RAÍZES DO ROCK N' ROLL - parte 8 (AMERICAN-POP)


(publicado no Jornal O Grillo - Unimed)


por Rodrigo Lee*
rodrigo_lee@hotmail.com

Chegamos esse mês ao American-Pop que sofreu influencias diretas da Afro-Music. Portanto não é tão simples assim dissociar um do outro.
Os americanos sempre tiveram uma grande vocação para o entretenimento. A vida noturna e shows na ‘América’ desde muito cedo estiveram em voga. E muito disso se deve a cultura negra, adaptada para o consumo branco desde os “minstrel shows” do século XVIII. Em 1767 um jornal nova-iorquino noticiou uma ‘dança de negros a caráter’. Na verdade eram brancos que pintavam seus rostos e se misturavam a alguns negros de verdade e executavam a chamada música dos “shows de menestréis”. O tempo passou e no inicio do século XIX surgiram as primeiras composições legitimamente americanas com Stephen Foster e Daniel Emmett. É inclusive de Emmett a autoria de ‘I Wish I Was In Dixie’s Land’ que foi regravada por Elvis Presley e chegou a dar nome a uma região do sul dos EUA. Em meados do século o minstrel-show foi trocado pelo vaudeville, espetáculo itinerante mais amplo que incluía animais, atores, comediantes, dançarinos e até lutas de box(!). Boa parte dos grandes comediantes dessa época, foram revelados no vaudeville. Até esse momento um cantor/ator chamado Al Jolson (1886/1950) resistia à ‘cara pretejada’ e explorou a já datada formula minstrel quase até o fim de sua vida.
Já mais adiante surgiram grandes nomes relacionados a musica pop e que se tornaram influencia direta prá tudo o que seria feito dentro da música americana nas próximas décadas: Rudy Vallee (1901/1986), Bing Crosby (1903/1977), Perry Como (1912/2001), Johnny Ray (1927/1990), Dean Martin (1917/1995) e Frank Sinatra (1915/1998). É nessa época que surge a expressão crooner para os cantores que interpretavam as canções com suavidade, deixando assim as letras mais claras e audíveis.
São considerados ainda grandes nomes do pop-americano compositores que quase sempre faziam suas músicas para trilhas sonoras de filmes e peças da Broadway. Entre eles estão: Oscar Hammerstein II (1895/1960), Jerome Kern (1885/1945), Richard Rodgers (1902/1979), George Gershwin (1898/1937), Ira Gershwin (1896/1985), Mitchel Parish (1902/1993), Irving Berlin (1888/1989), Cole Porter (1891/1964). Muitas das composições destes artistas foram regravadas por nomes como Elvis Presley, Janis Joplin, Rod Stewart e George Harrison.
Até o mês que vem. Long Live Rock n’Roll!

*Rodrigo Lee é músico e admirador de Rock n’Roll e suas vertentes.