terça-feira, 17 de novembro de 2009

ANOS 80. DÉCADA PERDIDA?


por Rodrigo Lee

Os economistas e outros pseudo-pensadores disseram durante muito tempo que os anos 80 foram a década perdida. Perdida em que sentido?
Na moda a ambigüidade mostrava sua cara, provavelmente impulsionada pela abertura democrática. Não consigo ver tal ambigüidade de maneira negativa excetuando talvez os costumes da mesma. A verdade é que tal movimento expunha peças esportivas de lycra e moletom em cores alegres e divertidas e em outros momentos a moda era ousada e sensual. Estilistas que se destacaram na época são referencias na moda até os dias de hoje e provavelmente serão durante muitas décadas posteriores a que vivemos. Só pra citar alguns: Jean Paul Gaultier, Christian Lacroix, Karl Lagerfeld, Giorgio Armani, além dos orientais Yohji Yamamoto e Rei Kawakubo que optavam pela simplicidade destoando um pouco de alguns exageros dos ocidentais. ‘Década perdida?’ hahaha
Nos esportes tínhamos os melhores jogadores de futebol do mundo (Zico, Sócrates, Falcão, Cerezo). Nossa seleção não levou nenhuma copa, apesar de dar espetáculo. No entanto Grêmio e Flamengo foram campeões mundial-interclubes. No vôlei, tanto masculino quanto feminino o Brasil se destacou em mundiais e olimpíadas. No basquete masculino e feminino éramos referencia sul-americana com Oscar, Marcel, Hortência e Paula. No atletismo tínhamos Joaquim Cruz e Zequinha Barbosa. Lá fora outros esportistas brasileiros são lembrados e seguidos pelos atuais como ídolos eternos. ‘Década perdida?’ hahaha
Na música brasileira houve um providencial rompimento com aquela música adulta-deprê e castrativa de medalhões baianos e cariocas. Algumas bandas chegaram metendo o pé na porta falando de amor, sexo, diversão e outras normalidades cotidianas com uma linguagem mais abrangente e nada elitista. A Blitz e o Kid Abelha falavam de amor com leveza. Dr. Silvana, Ultraje a Rigor, Léo Jaime e Eletrodomésticos falavam de sexo com humor. Legião Urbana, Capital Inicial, Titãs e Lobão falavam de política, policia e drogas sem medo de uma falsa auto-indulgência e sem o pretenso “cabecismo” de outrora. Isso tudo era direcionado principalmente para adolescentes que até então tinham que se contentar com as bandas filhas do Clube da Esquina, do Tropicalismo e da Vanguarda Paulista:14 Bis, A Cor do Som e Joelho de Porco respectivamente. Outros nomes fizeram a cabeça da juventude da época como: Gang 90, Barão Vermelho, Ritchie, Lulu Santos, Paralamas do Sucesso, Ira!, Metrô e RPM. Esse último transformou o Brasil em um quintal próprio. Se divertiram de norte a sul em shows concorridos e invariavelmente lotados. O seu segundo disco, ‘Rádio Pirata’ vendeu mais que os até então “inalcansáveis” Roberto Carlos e Xuxa(!). ‘Década perdida?’ hahaha Na música mundial sugiram os reis e príncipes do pop que estão até hoje segurando o cetro devido à falta de criatividade, inventividade e capacidade dos músicos e músicas produzidas à partir da década de 90. Madonna é a rainha do pop até os dias atuais. Não me venham falar de Britney Spears, Christina Aguilera, Jennifer Lopez e Beyoncé. Elas tentaram mas... a única que esboçou tomar a coroa de Madonna foi Britney. Porém, sua falta de estrutura familiar e emocional não permitiram que a loirinha chegasse aos pés de Madonna que, sim, também nunca teve estrutura financeira e nem familiar, mas foi persistente e acreditou em si mesma como ninguém. Michael Jackson pós-Thriller não conseguiu seguir os mesmos passos de Madonna? É verdade, não agüentou o sucesso e olha que ele também tinha muitos problemas familiares. A questão é: porque ela agüentou o tranco e os outros não? Ainda assim, depois de Jackson, Prince e U2 quem mais surgiu nos últimos vinte e cinco anos que possa ter esboçado alguma revolução na musica mundial? Resumindo, não temos hoje um rei do pop vivo, mas rainha, sim. Sexo frágil é??? Muitos do sexo forte sucumbiram ao sucesso, Axl Rose, Sebastian Bach,... Sem dizer os que deram cabo da própria vida: Ian Curtis, Kurt Cobain e Michael Hutchence. Quanta coisa significativa aconteceu em dez anos ou pouco mais. ‘Década perdida?’ hahaha

domingo, 8 de novembro de 2009

RAÍZES DO ROCK N' ROLL - parte 7 (R&B e UK MUSIC)


(publicado no Jornal O Grillo - Unimed) por Rodrigo Lee*
rodrigo_lee@hotmail.com

Esse mês falarei de dois estilos musicais pré Rock n’ Roll, separados pelo Oceano Atlantico: o Rhythm & Blues e a pouco ou quase nada divulgada, porém muito importante e relevante, UK Music.
R&B nada mais é do que a abreviação de Rhythm & Blues, estilo proveniente do Blues com a marcação do ritmo mais acentuada tornando-o mais vibrante e dançante. O R&B se firmou no final dos anos 30 como um ritmo urbano com o impulso das big bands de Duke Ellington e Count Basie. No entanto foi em 1949 que tal ritmo foi nomeado como tal pelo critico e produtor musical Jerry Wexler. Alguns dos maiores nomes do Rhythm & Blues são: Louis Jordan (1908/1975), Elmore James (1918/1963), Willie Dixon (1915/1992), Howlin’ Wolf (1910/1976), Muddy Waters (1915/1983) e Big Joe Turner (1911/1985). E foi exatamente ouvindo Joe Turner que o famoso DJ Alan Freed se empolgou e resolveu rebatizar o R&B. O nome dado por Freed foi... Rock n’ Roll. Muito se fala sobre a não importância musical de um DJ, porém possivelmente se Alan Freed não tivesse se movimentado e trazido o futuro Rock n’ Roll para as grandes massas, hoje em dia esse estilo estivesse limitado a pequenos e restritos guetos. Aos poucos o Rock n’ Roll trilhou seu próprio caminho dando espaço para que o Rhythm & Blues continuasse o seu.
Possivelmente os britânicos tenham tomado (e mantido) o reinado do Rock n’ Roll das mãos dos americanos lá pelos anos 60 quando da Britsh Invasion. No entanto sua habilidade e criatividade musical é conhecida desde o inicio do século passado. É que fragilizada pelas duas guerras mundiais e com a auto-estima em baixa, os ingleses perderam “espaço-artístico-cultural” para os EUA. Poucos são os nomes de destaque mundial dessa época: George Formby (1904/1961), Gracie Fields (1898/1979) e Vera Lynn (1917/...).
A Irlanda também tem seu papel na história do pré-Rock n’ Roll. Seus artistas mais ilustres e venerados com todo aquele fanatismo já conhecido dos irlandeses são: os compositores Harry Lauder (1870/1950) e Victor Herbert (1859/1924), que se mudou para os Estados Unidos onde se projetou com os grandes hits: ‘Ah! Sweet Mistery of Life’, ‘A Kiss in The Dark’ e ‘Indian Summer’. É creditada também a Herbert a autoria de ‘Babes in Toyland’, uma opereta que virou filme do Gordo & Magro.
Até o mês que vem. Long Live Rock n’ Roll!

*Rodrigo Lee é músico e admirador de Rock n’Roll e suas vertentes.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

RAÍZES DO ROCK N’ ROLL - parte 6 (COUNTRY e FOLK MEXICANO)


Dando continuidade aos estilos que fazem parte dos primórdios do rock n’roll, nesse mês venho lhes apresentar dois dos mais importantes e relevantes ritmos: o Folk mexicano e o Country.
O folk mexicano será sempre conhecido por uma música tocada até os dias de hoje em qualquer festa de formatura, aniversário e casamento que se preze: ‘La Bamba’. Uma das versões mais conhecidas dessa música é a de Ritchie Valens (1941/1959), considerado o primeiro roqueiro mexicano. O riff de guitarra de La Bamba é referencia para dezenas de músicas compostas nos Estados Unidos desde os anos 50. Passando por vários estilos como o country, rock e punk, ‘La Bamba’ teve sua versão definitiva gravada nos anos 80 pelos Los Lobos no filme homônimo de grande sucesso que conta a fugaz trajetória musical de Ritchie Valens. Outros nomes da música mexicana merecem destaque: Trio Los Panchos, Herb Alpert e mais prá frente na história, o exímio guitarrista Carlos Santana.
Música caipira, interiorana, do campo. Assim é chamada, muitas vezes pejorativamente, a country-music. Contemporâneo da folk-music, o country tem uma característica mais descontraída, informal e é quase sempre executado despretensiosamente. O primeiro nome do estilo que se tem conhecimento é o do violinista Fiddlin’ John Carson (1868/1949) que com o disco ‘The Little Old Log Cabin On The Lane’ de 1924 deu o pontapé inicial para que mais tarde o produtor Billy Peer usasse o termo hillbilly para designar os músicos caipiras americanos. O cinema dos anos 20 também foi invadido pelos atores-cantores chamados de singing-cowboys. Roy Rogers (1911/1998), Gene Autry (1907/1998) e Tex Ritter (1905/1974) são alguns desses nomes que faziam a alegria das chamadas matinês.
Um dos pioneiros do country que mais influenciou o rock n’roll é Jimmie Rodgers (1897/1933) que fez um amalgama dos ritmos blues, jazz, folk e yodel. Tal música era executada principalmente no estado do Tenessee, principalmente em cidades como Memphis e Nashvile. Rodgers chegou a gravar com grandes músicos de jazz, dentre eles Louis Armstrong e Earl Hines. Entre suas principais composições estão ‘Long Tall Mama Blues’ e ‘Mule Skinner Blues’. Outros nomes que merecem ser citados são os de: Jim Reeves (1924/1964), Merle Travis (1917/1983) e Hank Williams (1923/1953). Esse último é conhecido por ser o pai do country moderno, sendo regravado por Carpenters e Isaac Hayes.
Dois estilos derivados do country são: o country-rock e o rockabilly, que dissecarei mais adiante.

*Rodrigo Lee é músico e admirador de Rock n’Roll e suas vertentes.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

A RAINHA DO ROCK BRASIL (parte 1)


por Rodrigo Lee*

Ao longo das ultimas quase quatro décadas Rita Lee tem sido eleita a rainha do Rock Brasil. Até quando seremos enganados? Ela já não carrega mais esse título há pelo menos vinte e cinco anos. Isso se pensarmos que o seu ultimo disco de rock n’ roll foi gravado no inicio dos anos 80. De lá prá cá ela lançou inúmeros discos do mais descarado pop. Muito disso se deve à insossa parceria que Tia Rita fez com seu marido e músico(!?) Roberto de Carvalho. O cara teve a capacidade de exigir que seu nome fosse impresso nas capas dos então LP’s. Assim o que se via na capa de tais discos da “nossa rainha do rock” era “Rita Lee & Roberto de Carvalho”. Bom, é claro que ela permitiu tal coisa. A verdade é que Roberto ‘Yoko Ono’ de Carvalho sempre foi um músico medíocre que fazia parte da banda de apoio de Rita Lee nos seus tempos como vocalista da banda Tutti Frutti. Esse sim, um grupo de rock do qual Rita Lee Jones fez parte nos anos 70, logo após deixar os Mutantes dos lesados irmãos Arnaldo Baptista e Sergio Dias. Voltando ao Sr. Roberto de Carvalho, aos poucos ele pôs as asinhas de fora, passou a compor, tocar e até dar pitacos na produção dos discos de Rita. Daí para ter seu nome ao lado do de Rita Lee era apenas uma questão de tempo. E isso passou a ser uma constante a partir do disco de 1982 que vinha com os “rock’s” ‘Flagra’, ‘Só de Você’ e ‘Cor-de-Rosa Choque’. Isso sem contar a participação efetiva do “roqueiros” do Roupa Nova e João Gilberto(!). Nos anos seguintes foram lançados outros discos que continham os “clássicos do rock” ‘Desculpe o Auê’, ‘Noviças do Vício’, ‘Buana Buana’, etc. No entanto o atestado de ex-rainha do rock Brasil foi o LP ‘Rita Lee em Bossa n’ Roll’. Era um disco ao vivo com apenas dois violões executando seus pseudo-rock’s em ritmo de...bossa nova! Daí em diante a coisa só foi piorando, pois sua credibilidade como roqueira foi por água abaixo e nem as músicas pop lançadas pelo casal faziam mais efeito. Consequentemente o que aumentou foram os discos ao vivo com seus grandes sucessos requentados em forma “acústica” ou “elétrica”. Quero deixar bem claro que eu sou fã de Rita Lee e tudo que aqui está escrito vem com o embasamento de possuir todos os discos de sua carreira solo e também de sua fase realmente roqueira à frente da banda Tutti Frutti. Admiro também a fase pop da mesma. A questão é que talvez deveríamos coroá-la então como rainha do pop-Brasil e não do rock.

*Rodrigo Lee é músico, crítico musical e admirador de todas as vertentes do Rock n’ Roll.
rodrigo_lee@hotmail.com

RAÍZES DO ROCK N' ROLL - parte 5 (FOLK e SKIFFLE)


por Rodrigo Lee
rodrigo_lee@hotmail.com

Esse mês conheceremos mais alguns estilos musicais que deram origem ou influenciaram o eterno Rock n’Roll. São eles, o Skiffle e o Folk .
O Skiffle nunca teve seu valor reconhecido historicamente, mas se originou por um motivo que aflige uma boa parte de músicos no mundo até os dias atuais: a falta de verba para compra de instrumentos. O estilo foi criado nos anos 20 por jazzistas urbanos menos abonados que usavam tábuas de lavar roupa, garrafões e outros utensílios domésticos como contra-baixo e instrumentos de percussão. O maior nome do skiffle vem dos anos 50, Lonnie Donegan (1931/1979), que foi reconhecido ainda pelos músicos da famosa ‘british-invasion’ dos 60’s. Uma década depois os punkers americanos e ingleses tomariam como exemplo esses mesmos músicos do skiffle para justificar seu lema ‘do it yourself’. Mas isso é uma história prá daqui alguns meses.
O Folk é praticado desde o século XIX e é conhecido numa tradução pouco aproximada como ‘música do povo’, devido à sua ligação ao folclore de cada país, principalmente dos Estados Unidos. O nome mais conhecido e embrionário é o de Stephen Foster (1826/1864), autor de entre outras, ‘Old Kentucky Home’ e ‘Oh Susanna’. Essa última, regravada por muito artistas ao longo tempo e tendo na versão dos Byrds seu momento mais brilhante. Outros nomes de substancial relevância são os de Woody Guthrie (1912/1967), Pete Seeger (1919/1969) e o de Leadbelly (1889/1949), que fazia um amálgama de folk com blues.
A chamada música folclórica sempre teve uma ligação muito forte com as tradicionais cantigas infantis e é claro que como um dos avós do rock, o folk não deixaria de ser também um pouco moleque e brincalhão. Com isso alguns compositores fizeram essa mescla descontraída e criaram grandes sucessos como ‘Walking The Dog’ de Rufus Thomas, regravada por Rolling Stones e ‘Ain’t That Just Like Me’ dos Coasters, regravada pelos Hollies e Searchers. Um pouco mais adiante o tema dos Três Patetas, ‘Three Blind Mice’ influenciou John Lennon em sua carreira solo. Aos poucos o folk foi se tornando mais alegre e acabou originando o bubblegum, outro subgênero do rock.
Na virada para os anos 60 o folk já tinha o mérito de unir todas as classes sociais. E isso se deu graças a grandes nomes como The Mammas & The Pappas, Peter Paul & Mary e principalmente Bob Dylan que até o século atual vem ditando regras na música mundial.

*Rodrigo Lee é músico e admirador de Rock n’Roll e suas vertentes.

domingo, 9 de agosto de 2009

RAÍZES DO ROCK N' ROLL - parte 4 (JAZZ e RAGTIME)

(publicado no Jornal O Grillo)

Dando continuidade aos estilos musicais que influenciaram o Rock n’Roll, esse mês, falarei dos ritmos afro-americanos Ragtime e Jazz.
O Ragtime, surgido no fim do século XIX, nunca esteve entre os estilos musicais mais populares, mas exerceu uma influencia muito forte no jazz e no rock n’roll e é considerado por muitos como o ritmo embrião da música popular americana possuindo elementos de marcha e ainda, ritmos africanos e europeus que posteriormente chegariam ao jazz, ao swing e ao rock n’roll. O nome mais influente do gênero é o compositor e pianista Scott Joplin(1868/1917), conhecido como “The King of Ragtime” e responsável em 1899 pelo sucesso ‘Maple Leaf Rag’. Joplin foi lembrado no filme “The Sting” (Golpe de Mestre) de 1973 e hoje em dia não faltam músicos que assumem influencia do Ragtime o agregando ao Country, ao Rock e Pop.
O Jazz, estilo afro-americano, possivelmente possa ser chamado de primo mais distante do rock n’roll e surgiu no inicio do século XX. Trazido também pelos negros e principalmente pelos escravos que utilizavam de suas já citadas work-songs para alegrar o ambiente de trabalho, o jazz poderia ser definido como um amalgama de blues, gospel, ragtime e boogie-woogie. No começo era executado apenas pelo banjo, feito de uma madeira característica do Senegal e em seguida os escravos produziram alguns tambores; o que os permitia fazer uma festa semanal em cidades como New Orleans e Chicago, locais onde havia uma maior concentração de pessoas praticando tal estilo musical. Com o tempo novos instrumentos ocidentais foram sendo agregados aos africanos. O violino foi o primeiro, seguido do piano, violão e sopros, geralmente emprestados das bandas militares. Logo as festas que eram feitas para divertimento dos trabalhadores passou a chamar a atenção dos chefes das plantações que usavam tais eventos para entretenimento próprio e para aumentar o valor de venda dos escravos que demonstravam habilidades extras. Muitos são os nomes representativos do jazz, mas gostaria de destacar o de Charlie Christian(1919/1941), guitarrista que forjou uma nova linguagem para o instrumento, o colocando no mesmo patamar dos metais. Contemporâneo e parceiro musical de Charlie Parker, Dizzy Gillepsie e Thelonious Monk, Christian faleceu aos 22 anos de idade vitima de tuberculose, mas seu legado ficou para a eternidade.
Até o mês que vem! Long Live Rock n’Roll!!!

*Rodrigo Lee é músico e admirador de Rock n’Roll e suas vertentes.

sábado, 18 de julho de 2009

JULHO - Mês do Rock


Mês do Rock

por Rodrigo Lee*

Esse jovem senhor de pouco mais de 50 anos sempre arrebatou milhares de pessoas que estavam a fim de extravasar sentimentos que muitas vezes eram tolhidos por tradições familiares e decoros excessivos.
No inicio da década de 50 a América se recuperava do período pós-guerra e o poder aquisitivo da população dava um sinal de melhoria, surgindo uma geração ligada ao consumo não exatamente de primeira necessidade. As pessoas se ligavam na música de artistas românticos como Dean Martin e grandes orquestras como a de Glenn Miller. Porem, os filhos dessa geração necessitavam de algo para se rebelar, revoltar ou simplesmente ir contra a maré. Não que isso fosse necessário, mas, entraríamos em uma questão sócio-comportamental com a qual já nos habituamos, que é o fato de os filhos quererem ir em direção contrária ao costumes dos pais...
Bom, desde o inicio o Rock n’Roll foi um ritmo contagiante que traduzia frenesi, excitação e liberdade. E com o passar do tempo não envelheceu. Pelo contrario, se renovou, modernizou, seguiu e criou tendências na moda e nos costumes das pessoas.
Quando começou nos Estados Unidos com Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis, Buddy Holly, Carl Perkins, Bo Diddley e Elvis Presley, o rock sofreu influencias diretas do rhytm’n’blues e country-music. E ainda agregou outras como o folk, o jazz, o gospel e o pop tradicional.
O Rock n’Roll já nasceu polêmico, pois uma das características muito fortes no comportamento do americano era o racismo; e o estilo musical que acabara de surgir parecia ter o poder de unir os negros e os brancos em um mesmo ambiente.
Logo o novo estilo musical chegou ao Reino Unido e influenciados por Little Richard e Elvis Presley foram surgindo músicos que aos poucos iam montando suas próprias bandas. Daí surgiram nomes que consequentemente influenciariam centenas de músicos nas décadas seguintes: Rolling Stones, Beatles, The Who, The Kinks, Animals, etc. Já nos anos 70 e 80 surgiram várias vertentes para o Rock n’Roll. Só prá citar algumas e seus nomes principais: -Punk Rock: Sex Pistols, The Clash e Ramones. -Pós-Punk: Joy Division, The Smiths e The Cure. -Heavy Metal: Deep Purple, Led Zeppelin e Black Sabbath. -Progressivo: Genesis, Pink Floyd e Yes. -Hard Rock: Van Halen, Whitesnake e Motley Crue. Nos anos 90 e 00 vieram novas variações: -Grunge: Nirvana, Pearl Jam e Alice in Chains. -Brit-Pop: Stone Roses, Blur e Oasis. -New Metal: Korn, System of A Down e Slipknot.
O Rock n’Roll está o tempo todo se renovando e mantendo sua energia, ao ponto que outros estilos musicais foram se perdendo pelo caminho. Long Live Rock n’Roll!!!

Discografia básica:
Exile On Main Street – Rolling Stones
Revolver – The Beatles
London Calling – The Clash
Rocket to Russia - Ramones
Machine Head – Deep Purple
Van Halen – Van Halen
Powerslave – Iron Maiden
Nevermind – Nirvana

Livros:
Heavy Metal – Tom Leão
Brock - O Rock Brasileiro dos Anos 80 – Arthur Dapieve
Dias de Luta - O Rock e o Brasil dos Anos 80 – Ricardo Alexandre

*Rodrigo Lee é músico e admirador de todas as vertentes do Rock n’ Roll.

terça-feira, 14 de julho de 2009

RAÍZES DO ROCK N'ROLL - parte 3 (BLUES)

(Publicado no Jornal O Grillo)

Dando continuidade à história do Rock n’Roll, esse mês falarei sobre um estilo até hoje cultuado, imitado e extremamente relevante não só por sua ligação com o rock mas também com o Jazz. O estilo musical ao qual me refiro é o Blues.
Vale lembrar que tal palavra significa tanto “azul” quanto “melancólico”, “triste”. E mais uma vez entra em cena o negro africano, geralmente o escravo ou trabalhador do campo com suas anteriormente citadas work-songs.
Na metade do século XIX já se cantava blues nos grandes centros rurais americanos, principalmente nos estados do Mississipi e do Texas. Eles eram cantados à capela ou com acompanhamento de violão, banjo e gaita. Com a inevitável migração para os grandes centros como Chicago e Nova Orleans os músicos urbanos passaram a agregar novos instrumentos como a bateria, contra-baixo e saxofone. E o que até então era melancólico passou a ter um ritmo que mascarava um pouco do sofrimento escravo tão evidente em suas letras.
Os dois primeiros supostos clássicos do gênero são de W.C. Handy(1873/1958), ‘Memphis Blues’ de 1912 e ‘St Louis Blues’ de 1914. Handy não era exatamente o que passou a se chamar de um legitimo “blues-men” mas, essas duas músicas são tidas pelos historiadores como o embrião do então ” new-urban-blues”. Outros músicos mais conhecidos e significativos na história são: Blind Lemon Jefferson(1897/1929), Charley Patton(1887/1934), Leadbelly(1889/1949) e Robert Johnson(1911/1938). Sobre esse ultimo nome muito se falou durante décadas, menos por sua música e mais pelo seu suposto pacto com o demônio em uma encruzilhada. Conta-se que Johnson havia vendido sua alma em troca de sucesso imediato e duradouro. A história tomou proporções tão grandes que chegou a virar filme, - ‘Crossroads’-, em 1986, contando com a participação do guitar-hero Steve Vai. Independente da lenda macabra, Robert Johnson é venerado até os dias atuais e sempre citado em várias enciclopédias de rock como um grande guitarrista e um dos inventores do blues.
É muito importante lembrarmos que alem dos blues-men, haviam as blues-women. As mais famosas foram: Bessie Smith(1894/1937), Ma Rainey(1886/1939) e Mamie Smith(1883/1946), que abriram espaço para o estilo se popularizar entre os brancos, mesclando influencias teatrais. É de Mamie Smith a gravação de ‘Crazy Blues’ lançada em 1920 e que chegou a vender quase três milhões de cópias.
Até o mês que vem e ‘Long Live Rock n’Roll!’

*Rodrigo Lee é músico e admirador de rock n’roll e suas vertentes.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Eric Burdon & War

ERIC BURDON & WAR
(publicado na Revista Poeira Zine)
por Rodrigo Lee*
rodrigo_lee@hotmail.com

O War foi uma banda de Long Beach (California) conhecida pelos hit’s songs “Spill The Wine”, "Low Rider" e "Why Can't We Be Friends?”.Formed in 1969, War was a musical crossover band which fused elements of rock , funk , jazz , Latin music , R&B , and reggae .
Formada em 1969 das cinzas da banda Night Shift, o War contava com: Howard E. Scott(1946-): violão e voz; Harold Brown(1946-): bateria e voz; Lonnie Jordania(1948-): teclados e voz; Charles Miller(1939-1980): saxofone e vocais; Papa Dee Allen(1931-1988): percussão; Lee Oskar(1948-): gaita e vocais e o ex-vocal do The Animals, Eric Burdon(1941-) que levou consigo BB Dickerson(1949-): baixo. O War tinha como característica a fusão de elementos de rock, funk, música latina, R & B, reggae e jazz.The band also transcended racial and cultural barriers with a multi- ethnic line-up. A banda também superou barreiras culturais e raciais ao adotar um line-up multi-étnico.The band has sold over 50 million records to date. Até os dias atuais eles já venderam mais de 50 milhões de discos, entre LP`s e CD’s. Although War's lyrics are often socio-political in nature, their music usually had a laid-back, California funk vibe. Ao contrário do nome, o War sempre primou por letras de natureza sócio-política deixando bem claro a sua opinião sobre: racismo, fome, gangues, crimes e guerras, promovendo sempre a esperança e o espírito de fraternidade.
Atuando com o nome de Eric Burdon & War, eles fizeram uma longa turnê por todo o sul da Califórnia e entraram em estúdio no inicio de 1970 para a gravação de seu primeiro álbum, já suficientemente ensaiados e entrosados. O disco ‘Eric Burdon Declares War’ foi sucesso imediato com a música “Spill The Wine” tocando nas rádios, o que os levou a excursionar agora por todo os Estados Unidos e Europa, onde receberam extensivos elogios de toda a imprensa musical inglesa, que os elegeu como uma das melhores bandas do mundo naquele momento. Ou seja, seus shows eram cada vez mais concorridos e a gravação de um novo disco se fez urgente. ‘The Black Man’s Burdon’(1970) repetiu o êxito de seu predecessor, mas o clima interno já não era dos melhores. Burdon já não se entendia tão bem com seus colegas e muito disso se dava pela longa convivência nas cansativas turnês. No ano seguinte os membros remanescentes já tinham material inédito prá um próximo LP. Usando apenas o nome War, o disco homônimo era extremamente aguardado por fãs e toda a imprensa especializada. Não alcançou o que todos esperavam e em seguida soltaram no mercado mais um álbum, ‘All Day Music’ que contava com um sucesso instantâneo: “Slippin Into Darkness”, música que os projetou agora a um publico que não os conhecia e ajudou a manter os antigos admiradores. Em 1972 saiu ‘The World is a Ghuetto’ e a levada funk se fez mais presente, os levando a cativar o publico hispânico que passou a acompanhá-los cada vez mais de perto. O hit “Cisco Kid” alcançou o numero um da Bilboard além de receberem o título de álbum do ano. No ano de 1973 venderam quase dois milhões de cópias com ‘Deliver The Word’ que continha os hits “Gypsy Man” e “Me and Baby Brother” que alcançaram respectivamente aos números 8 e 15 da Bilboard. Graças à pressão da gravadora e dos próprios fãs a banda concorda com o lançamento em 1974 de um disco ao vivo com o simples nome ‘War Live’.
Era 1975 quando chegou às lojas ‘Why Can’t We Be Friends?’, inclundo dois hinos certeiros e eternos: “Low Rider” e a faixa-título. A turnê desse ano foi a mais rentável de todas. A essa altura estavam mais do que consolidados como uns dos maiores nomes do funk-rock, o que os fez achar no direito de tirarem umas férias e permitirem que a gravadora faturasse mais um pouco em suas costas com o já esperado Greatest Hits(1976) que vinha com uma música inédita de sucesso imediato, “Summer”. No mesmo ano saiu um disco de sobras de estúdio ainda da fase com Eric Burdon, ‘Love Is All Around’.
Com o passar dos anos o War foi caindo de produção devido a lançamentos medianos como Galaxy(1977), Younblood(1978), The Music Band I & II(1979) e Outlaw(1982) e, à debandada dos membros originais restando apenas Lonnie Jordania, que segurou o leme durante um tempo. Muitas compilações nas duas últimas décadas mantiveram o nome do War na boca e ouvidos de fãs antigos e novos. Em 2008 foi anunciada uma reunião de Eric Burdon & War para um show em Londres, o que não se concretizou. É possível que ainda esse ano eles se reúnam e sejam indicados ao Rock n’Roll Hall of Fame. Aguardemos.

*Rodrigo Lee é músico e admirador de todas as vertentes do Rock n’Roll

quinta-feira, 26 de março de 2009

RAÍZES DO ROCK N'ROLL

RAÍZES DO ROCK N’ROLL
(publicado no jornal O Grillo)
*por Rodrigo Lee
rodrigo_lee@hotmail.com

No mês passado tive a grande satisfação de estrear como colunista do informativo ‘O Grillo’ com um texto que nomeei de ‘Breve introdução à história do Rock n’Roll’. Nos próximos meses falarei um pouco mais sobre suas raízes, costumes, influências e principalmente dos nomes mais significativos desse estilo musical tão amplo e que com o passar das décadas foi gerando inúmeras vertentes. E o mesmo estilo que gerou posteriormente tais vertentes é resultado da combinação de outros vários estilos musicais como o Blues, Country, Ragtime, Rhythm & Blues, Jazz, Folk e Gospel.
Vamos conhecer a partir desse mês os avós e pais do Rock n’Roll.
Como se sabe, os EUA fizeram bom e mau uso da escravatura até 1865, importando negros da África, geralmente do sul do continente. E já que eram arrancados de sua terra natal, pelo menos, durante um tempo, procuravam manter os próprios costumes entre eles como: sua arte, crenças religiosas e dialetos africanos. Devido ao trabalho forçado em plantações de algodão e arroz em condições climáticas pouco ou nada favoráveis, os negros passaram a usar a música como válvula de escape criando o que passou a se chamar de work-songs, os cantos de trabalho compostos de curtas frases musicais onde se misturavam as línguas africana e inglesa. Um trabalhador, o caller, puxava o coro que era respondido pelo restante da plantação. A isso se deu o nome de call-and-response. Daí a origem do Gospel (corruptela de Godspell, palavra de Deus) difundido nas igrejas protestantes metodista, presbiteriana e principalmente na batista que era composta, se não em sua totalidade, mas na maioria, por negros.
Antes da atual deturpada ‘glamourizaçao’ do Gospel, o mundo conviveu com grandes nomes que ajudaram a difundir suas raízes e originalidade. A diva Mahalia Jackson(1911/1972) em meados do século passado foi uma das maiores vozes ao lado de Ray Charles(1930/2004) que adaptou décadas depois vários clássicos spirituals para o meio secular, se tornando assim, o criador e maior nome da soul-music. Merecem ainda uma honrosa e justa citação o hoje em dia Reverendo Al Green(1946), que em dada época conturbada de sua vida se converteu ao protestantismo e passou a gravar apenas discos em louvor a Deus e, o rei Elvis Presley(1935/1977) que também em alguns momentos reflexivos ousou se aproximar do estilo e registrar em disco gravações que durante anos ficaram meio no limbo e recentemente foram redescobertas.

*Rodrigo Lee é musico e admirador de rock n’roll e suas vertentes

quinta-feira, 19 de março de 2009

BREWER & SHIPLEY

BREWER & SHIPLEY
(publicado na revista Poeira Zine)
por Rodrigo Lee*
rodrigo_lee@hotmail.com

Os americanos Michael Brewer & Tom Shipley talvez não sejam tão conhecidos mundialmente como as duplas Simon & Garfunkel e Loggins & Messina ou mesmo, Daryl Hall & John Oates, mas deixaram sua marca no tempo, sobretudo em sua terra natal, onde, com suas letras engajadas chegaram a incomodar até os lideres da Casa Brancaare truly two who work as one.. Além de seus temas sérios,Their trademark harmonies, intertwined acoustic guitars, and socially-conscious lyrics carved a unique niche in America's soundboard in the 1970s. grandes harmonias davam a tônica de seu som, executado em grande parte por violões, tocados pelos próprios.
Seu provável sucesso talvez se tenha dado apenas através do Top 10 hit “One Toke Over The Line”. Essa canção está no seu terceiro disco, ‘Tarkio’ (1970) e foi composta em meio à turnê de divulgação de seu trabalho anterior, ‘Weeds’ (1969). Segundo Brewer, eles não poderiam prever em momento algum que tal música, composta em menos de uma hora, os fizesse conhecidos além de seu país. Sempre fizeram questão de deixar bem claro que nunca almejaram algum tipo de êxito comercial. A intenção era apenas passar para os discos aquilo que sentiam necessidade de deixar para a posteridade como uma espécie de legado musical para seus amigos e parentes.
Eles começaram suas carreiras no inicio da década de 1960. Se conheceram nessa época e paralelamente a suas carreiras solo atuaram juntos algumas vezes nos circuitos folk até se juntarem em meados de 1967 em Los Angeles, onde Brewer estava trabalhando como letrista para outros artistas e Shipley acabara de chegar para tentar a sorte. Quis o destino que eles estivessem morando a um quarteirão da casa do outro. Passaram a compor alguns country-rock e folk’s para, entre outros, HP Lovecraft e Glen Yarborough. No ano seguinte resolveram gravar seu próprio álbum com o nome de Brewer & Shipley, o hoje raro item de colecionador ‘Down In LA’, solto no mercado pela A&M Records. Com o relativo êxito a dupla se aproximou de The Byrds, Buffalo Springfield e outos grandes da então emergente cena pop-folk de LA. Porém a cidade grande não caiu nas graças de Michael e Tom, que resolveram voltar para o interior, fixando morada em uma fazenda no Missouri onde podiam rever as nuvens, que segundo os próprios, era cinza em Los Angeles! Isso foi o suficiente para terem inspiração para compor grandes obras como ‘Weeds’ e ‘Tarkio’. Essa ultima inclusive com participação de Jerry Garcia do Grateful Dead. Posteriormente continuaram sua jornada até a separação em 1977. Seguiram gravando trabalhos solo e em 1987 se reuniram e lançaram mais dois álbuns seguidos de nova separação. Com o passar dos anos eles ainda se reuniram por breves períodos.
Sua discografia não é toda encontrada em formato digital, porém o clássico ‘Tarkio’ foi remasterizado e relançado em duas ocasiões: 1996 e 2004. A música “One Toke Over The Line” é constantemente incluída em trilhas sonoras de filmes americanos e mais de quarenta anos depois novas gerações tem a chance de entrar em contato auditivo com a dupla Michael Brewer & Tom Shipley. Long Live Brewer & Shipley!

*Rodrigo Lee é músico e admirador de todas as vertentes do rock n’roll

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

BREVE INTRODUÇÃO À HISTÓRIA DO ROCK N' ROLL

(publicado no jornal O Grillo)

A intenção aqui é a cada mês poder falar um pouco sobre a música feita no mundo, sobretudo nos USA e Europa e que com o passar dos anos se expandiu para o restante do planeta, gerando posteriormente o que se habituou chamar de World Music. Mas a esse estilo chegaremos daqui a alguns meses depois de dissecarmos um outro estilo musical que sempre gerou muitas discussões ligadas ao comportamento humano. A isso se dá o nome de ‘rock n’roll’. Ah!, o polêmico e anárquico rock n’roll!!!
Esse jovem senhor de pouco mais de 50 anos sempre arrebatou milhares de pessoas que estavam a fim de extravasar sentimentos que muitas vezes eram tolhidos por tradições familiares e decoros excessivos.
No inicio da década de 50 a América se recuperava do período pós-guerra e o poder aquisitivo da população dava um sinal de melhoria surgindo uma geração ligada ao consumo não exatamente de primeira necessidade. As pessoas se ligavam na música de artistas românticos como Dean Martin e grandes orquestras como a de Glenn Miller. Porem, os filhos dessa geração necessitavam de algo para se rebelar, revoltar ou simplesmente ir contra a maré. Não que isso fosse necessário, mas, entraríamos em uma questão sócio-comportamental com a qual já nos habituamos, que é o fato de os filhos quererem ir à direção contrária de costumes dos pais...
Bom, já desde o inicio o rock n’roll foi um ritmo contagiante que traduzia frenesi, excitação e liberdade. E com o passar do tempo não envelheceu. Pelo contrario, se renovou, modernizou, seguiu e criou tendências na moda e nos costumes das pessoas.
Quando começou nos Estados Unidos com Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis, Buddy Holly, Carl Perkins, Bo Diddley e Elvis Presley, o rock sofreu influencias diretas do rhytm’n’blues e country-music. E ainda agregou outras como o folk, o jazz, o gospel e o pop tradicional.
O rock n’roll já nasceu polêmico, pois uma das características muito fortes no comportamento do americano era o racismo; e o estilo musical que acabara de surgir parecia ter o poder de unir os negros e os brancos em um mesmo ambiente!
É, isso é só começo de uma looonga história.
*Rodrigo Lee é musico e admirador de rock n’roll e suas vertentes.