quinta-feira, 17 de novembro de 2011

PEARL JAM - Brasil - 04/11/11








Ter esperado durante horas na fila e mais algumas outras para o inicio do show foi relativamente fácil. O difícil foi perceber que após o segundo bis os caras realmente não voltariam mais ao palco. Em todos esses anos que tenho ido a shows de rock internacional poucas vezes vi tamanho profissionalismo e entrega da banda em cima do palco, como o ocorrido com o Pearl Jam.

A banda de abertura foi o X, um dos baluartes do punk americano. Os caras vieram com sua formação original e apesar de suas idades já um pouco avançadas emendaram um petardo atrás do outro com um entrosamento e energia de fazer inveja aos novos sub-salvadores do rock que surgem a cada cinco anos no mundo. “Envelhecer com dignidade rock n’roll” é o que melhor poderia definir o que os caras do X estão fazendo atualmente.

O Pearl Jam veio em seguida abrindo com ‘Go’, ‘Do The Evolution’ e ‘Severed Hand’ fazendo o público de mais de 50 mil pessoas no Morumbi sofrer uma verdadeira catarse. Daí pra frente o que se viu foi uma alternância das músicas mais pesadas com as baladas, sobrando espaço para Eddie Vedder encaixar ‘Setting Forth’ de seu primeiro disco solo. A cada canção executada o que se via e ouvia era um público cantando religiosamente a cada um dos números que o quase messias Vedder proclamava. Lágrimas escorriam dos rostos dos mais fanáticos desde as primeiras notas de clássicos como ‘Even Flow’, ‘Given to Fly’, ‘Wishlist’ e ‘Not For You’. A primeira parte foi encerrada com ‘Black’. Nos dois bis vieram, entre outras, ‘Just Breathe’, ‘Why Go’, ‘Jeremy’ e ‘Last Kiss’.

As três músicas finais foram para deixar o público em êxtase a ponto de os seguranças do estádio pedirem para que uma parte das pessoas se retirassem do local, pois o show realmente havia acabado!!! As tais músicas foram ‘Alive’, ‘Baba O’Riley’ (The Who) e ‘Yellow Ledbetter’.

O Pearl Jam continua provando que não precisa ficar se remexendo nas cinzas do Grunge, pois com o tempo se renovou e foi além de suas influências punk e hard rock. Eles são seguramente umas das maiores bandas do mundo e isso sem ter que a todo momento apelar para traquinagens de super produção de palco. O que o quinteto de Seattle faz é só subir no palco e executar um rock n’roll calcado nas verdades que o estilo pede. Long Live Pearl Jam!

*Rodrigo Lee é músico há 25 anos e admirador de todas as vertentes do Rock n’ Roll.