quarta-feira, 17 de março de 2010

RAÍZES DO ROCK N' ROLL - parte 10 (ITÁLIA)


(publicado no jornal O Grillo - Unimed)
*por Rodrigo Lee
rodrigo_lee@hotmail.com

Esse mês falarei de mais um estilo que influenciou o Rock n’ Roll, a música italiana. Sim, esqueçamos das músicas melancólicas e quase bregas de nomes como Peppino di Capri e voltemos a ‘Love me Tender’, clássico na voz de Elvis Presley, que nada mais é do que a versão americanizada de ‘O Sole Mio’, canção napolitana de 1899. E também, Enrico Caruso (1873/1921)(foto), o primeiro artista mundial a vender mais de um milhão de discos. Isso ocorreu em 1903! Outros tenores italianos também tiveram seus nomes imortalizados pelo tempo e por sua qualidade musical: Gino Becchi (1914/1993) e Domenico Modugno (1928/1994). Esse último foi o primeiro italiano a alcançar o número um da famosa parada da Billboard em 1958 com ‘Volare’, regravada tempos depois por David Bowie. E dentro do pop-americano, que citei há dois meses, estão vários artistas descendentes de italianos: Frank Sinatra, Dean Martin, Perry Como, Tony Bennett e claro, Mário Lanza (nascido Alfred Cocozza). Alguns estudiosos do Jazz sugerem inclusive que os melhores jazzistas brancos foram os italianos. Um deles foi Nick LaRocca (1880/1961), líder da Original Dixieland Jazz Band que supostamente gravou o primeiro disco de Jazz da história, `Darktown Strutters’Ball` em 1917.
Houve ainda nos anos 60 o chamado Italo-American Rock dos cantores Freddy Cannon, Connie Francis, Bobby Darin, Dion DiMucci e Annete Funicielo e dos grupos The Young Rascals, The Belmonts, Joey Dee & The Starlighters e Jay & The Americans. Na mesma década surgiram alguns cantores de vozes melodiosas e ‘empostadas’ que se destacaram tanto na América do Norte como no Brasil e Argentina: Sergio Endrigo, Gianni Morandi, Nico Fidenco e também Rita Pavone e The Rokes que faziam um pseudo-rock que durou um certo tempo e que arrastava um grupo fiel de admiradores por onde se apresentavam.
Outro grande destaque musical italiano é o renomado Festival de San Remo que desde os anos 50 leva artistas do mundo todo para se apresentarem por lá. Em uma das edições do festival Roberto Carlos imortalizou a música ‘Canzone Per Te’.
A Itália ficou um tempo sem revelar nenhum artista de destaque mundial até surgir na década de 90, Laura Pausini, de quem Renato Russo da Legião Urbana pegou emprestadas algumas músicas prá seu próprio repertório solo.
É isso. Até o mês que vem! Long Live Rock n’ Roll!!!
*Rodrigo Lee é músico e admirador de Rock n’ Roll e suas vertentes.

quarta-feira, 3 de março de 2010

RAÍZES DO ROCK N' ROLL - parte 9 (AMÉRICA LATINA)


(Publicado no Jornal O Grillo - Unimed) por Rodrigo Lee*
rodrigo_lee@hotmail.com


Chamados pejorativamente de ‘música de quarto mundo’ o Calipso, o Beguine, a Salsa e o Tango são dos estilos musicais mais relevantes de todos os tempos e muito importantes na história do Rock n’ Roll .
O Calipso existe há mais de 100 anos e surgiu na ilha de Trinidad com a mescla de ritmos africanos, venezuelanos e ainda alguma influencia de música inglesa e francesa. Em meados de 1900 o dialeto local deu espaço para o inglês e assim surgiram alguns nomes como Lord Kitchener (1921/2007) e Harry Belafonte (1927/...-foto), americano que morou um tempo na Jamaica e assimilou sua sonoridade. Belafonte atua até hoje como músico, arranjador e produtor, e é referencia mundial em ritmos latinos difundidos nos USA.
O Beguine surgiu na Martinica no inicio do século passado e também foi disseminado pelos Estados Unidos e Europa. A música-simbolo do estilo é a quase homônima ‘Begin The Beguine’ de Cole Porter, gravada ao longo dos tempos por inúmeros artistas.
Dentre os ritmos de Cuba, a Salsa é o que mais influenciou o Rock n’Roll. O seu grande expoente é a cantora Célia Cruz (1925/2003). Algumas músicas são famosas pela mistura com o ritmo cubano: ‘Mambo Rock’ de Bill Haley, ‘Tequila’ dos Champs, ‘And I Love Her’ dos Beatles, além de várias composições do guitarrista mexicano Carlos Santana.
Apesar dos rumores de que os uruguaios tenham sido os criadores do vigoroso tango, surgido no final do século XIX e executado nos prostíbulos de Montevidéu, são os nossos hermanos argentinos os responsáveis por difundir o estilo que correu o mundo, contagiando o americano Chubby Checker, que lançou o tango-twist com a música ‘It Takes Two To Tango’. Frank Zappa também ‘brincou’ com a música argentina em duas de suas composições: ‘Be-Bop Tango’ e ‘The Sheik Yerbouti Tango’.
Do Brasil para o mundo saíram dois ritmos: o baião e o samba. Nas décadas de 40 a 60 era comum perceber pequenas influencias brasileiras em algumas musicas de Chuck Berry, e também em alguns momentos do rock inglês. Em seguida veio a Bossa Nova. Mas, isso é um assunto prá outra hora. Até o mês que vem. Long Live Rock n’ Roll!
*Rodrigo Lee é músico e admirador de Rock n’Roll e suas vertentes.